Melissa: com pouco mais de
um metro e meio de altura, a garota continuava a mesma pequena, frágil e tagarela
menina. Embora seu cabelo tivesse escurecido uns dois tons e seus cachos louros
não se formassem mais, ela ainda mantinha aquele ar angelical, carregado por um
olhar ingênuo e um sorriso aconchegante e divertido. As pessoas normalmente
gostavam de Melissa assim que a conheciam, porque quando ela sorria,
conquistava quem estivesse ao redor.
Roberta: era mais alta e com poucas curvas em seu corpo magro. Seus cabelos ainda eram castanhos e compridos, com as pontas quebradiças batendo em suas costas. Os olhos um tom mais claros que o castanho de seus cabelos ainda se destacavam em seu rosto redondo. As sobrancelhas grossas e bem desenhadas tornavam o seu olhar marcante e expressivo. Era uma pena que a falta de vaidade, roupas largas e um tênis surrado, encobrissem a sua beleza. Mas Roberta não se importava, por que gostava de chamar a atenção, mas por suas atitudes, não por beleza. E geralmente ela era a rebeldia entre o grupo de amigos.
Denis: agora era bem mais alto do que Roberta e seu corpo antes magro e todo desmilinguido, se tornara forte e definido. Dava para notar através da camiseta os ombros e o peitoral largo. Somente o seu rosto infantil, seu olhar levemente atentado e os cabelos negros, cacheados, aparados na altura da testa, eram os mesmos de oito anos atrás. Denis se tornara um garoto lindo. Alto, forte, cativante e muito charmoso. Sempre tivera essas qualidades desde pirralho, mas agora ele fazia um sucesso com as meninas que, ás vezes, o deslumbrava. E com um meio de amigos festeiros e populares, ficava cada vez mais difícil sustentar a mesma amizade que os três mantinham na infância.
Jonas: um garoto magricelo e de pele morena. Cabelo raspado rente à cabeça e olhos cor de mel. Ele usava aparelho dentário e tinha também de usar óculos de grau, mas desde a invenção das lentes de contato, seus óculos foram aposentados. Jonas não era um menino atraente, esportista ou inteligente. Ele era egoísta, egocêntrico e gostava de sacanear todos aqueles que não faziam parte de seu mundo de garotas, festas e futebol. Mas Jonas sabia que sua vida boa se devia à sorte de ser filho da diretora e ter um amigo como Denis ao seu lado. O que facilitava noventa por cento a sua vida e ele sabia tirar proveito disso.